Ele tinha tudo para dar certo. Consagrado a Deus desde o nascimento, foi criado de acordo com a mais rigorosa tradição religiosa de seu povo. Tinha o carinho e a atenção dos pais e a admiração de seus amigos. Na juventude, descobriu-se agraciado por Deus com uma bênção especial: a força física descomunal, capaz de subjugar feras selvagens e inimigos poderosos, capacidade que seria de grande utilidade para defender sua gente. Sim, Sansão estava destinado ao sucesso – mas o personagem bíblico, cuja trajetória é narrada no livro de Juízes, terminou seus dias soterrado nos escombros de um templo pagão, cuja destruição foi o último ato de um anti-herói.
O que levou Sansão aos descaminhos do pecado? Como uma pessoa ensinada a temer a Deus e ciente das obrigações religiosas cedeu à carnalidade, à luxúria e à idolatria? Basicamente, escolhas perigosas. Logo, o que aconteceu a Sansão pode acontecer a qualquer um de nós. “Viver perigosamente”, como se costuma dizer, não é apenas gostar de desafios – é flertar com a transgressão, fazer pequenas concessões no dia a dia, ceder a convites, aproveitar oportunidades ilícitas. E, assim, ir se afastando, pouco a pouco, da verdade. Neste livro, Hernandes Dias Lopes mostra que o caminho entre a virtude e a ruína pode ser curto demais. E, ainda que quem se aventure por ele não acabe subjugado, com os olhos vazados e amarrado a uma pedra de moinho, como aconteceu a Sansão depois que caiu nas mãos dos inimigos filisteus, não vale a pena arriscar.
